"A Biblioteca Nacional anunciou que recebeu uma doação de originais de mensagens enviadas pelo investigador Rómulo de Carvalho, literariamente António Gedeão, ao poeta Luís Amaro entre 1969 e 1995. Os documentos foram oferecidos por Luís Amaro e serão integrados no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional, num núcleo que integra cartas, manuscritos originais e provas tipográficas de vultos de referência da cultura portuguesa contemporânea, que desde 1981, Luís Amaro tem entregue ao arquivo da BN. Por seu lado, o enorme espólio de Rómulo de Carvalho, tem sido entregue, gradualmente (sobretudo pela família), à BN, desde 2003.O centenário do nascimento de Rómulo de Carvalho, historiador, cientista, professor durante 40 anos, e literariamente conhecido como António Gedeão, será assinalado a 24 de Novembro próximo. Para assinalar a data, será lançada uma obra com as memórias do autor, incluindo alguns dos seus poemas. Rómulo de Carvalho morreu em 1997. Por seu lado a Biblioteca Nacional inaugura dia 12 de Outubro uma exposição evocativa da sua vida e obra. Rómulo de Carvalho (1906 - 1997) revelou-se como poeta apenas em 1956, com "Movimento perpétuo". A esta viriam juntar-se outras obras fundamentais, como "Teatro do mundo" (1958), "Máquina de fogo" (1961), "Poema para Galileu" (1964), "Linhas de força" (1967) e ainda "Poemas póstumos" (1983). Luís Amaro foi co-fundador e co-director da revista Árvore, publicada entre 1951 e 1952 e da qual também fizeram parte Raul de Carvalho, António Ramos Rosa e António Luís Moita. Colaborou nas revistas Seara Nova, Távola Redonda, Portucale, tendo, ainda, desempenhado o cargo de director-adjunto da Colóquio/Letras. Esta colaboração literária permitiu-lhe reunir um vasto arquivo literário e epistolar que salvou do esquecimento - senão mesmo da destruição - milhares de páginas, entre originais, provas tipográficas e grande número de missiva
Fonte Jornal de Notícias - 31-08-006
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